Já estudou a respeito das fases sensíveis do treinamento ?
Você aplica este princípio em suas aulas ?

Nesta nossa primeira conversa a respeito do desenvolvimento motor quero trazer este principio para que esteja cada vez mais presente nas aulas de educação física de maneira geral, seja natação ou educação física escolar. Afinal estamos falando de desenvolvimento das capacidades físicas do individuo. Diferenciando-se entre a idade cronológica e a idade biológica. A idade cronológica ou calendário, como conceito neutro também usada na estatística, fornece apenas um quadro de informações, no sentido de uma escala numérica, onde as pessoas devem ser ordenadas de acordo com a sua data de nascimento (Meusel, 1969).
No decorrer da vida as capacidades motoras encontram se em período sensíveis para o desenvolvimento no processo de treinamento, no qual ocorrem mudanças morfológicas e funcionais, possibilitando o aperfeiçoamento de algumas capacidades motoras que refletirão em uma maior eficiência na idade adulta (GOMES, 2002). Além disso, definir os estágios sensíveis de desenvolvimento pela idade cronológica é uma tarefa complicada, mesmo sendo o aspecto mais utilizado no âmbito do treinamento, já que a adolescência caracteriza uma série de mudanças hormonais e maturacionais que variam de indivíduo para indivíduo. Assim, deve-se sim considerar a idade biologia, mas relacioná-la com o nível de maturação, verificando as fases de desenvolvimento e amadurecimento sexual e pela calcificação do esqueleto, quando há substituição do tecido cartilaginoso por tecido ósseo.
Para Carvalho (1994, apud Denis Conceição, 2001) o desenvolvimento das capacidades motoras resulta da interação entre fatores endógenos, determinados essencialmente pelo crescimento e maturação, e fatores exógenos, respeitantes aos estímulos provenientes do meio ambiente, e que, esse desenvolvimento não se processa de forma contínua, mas sim por períodos; esses períodos de desenvolvimento são citados por Carvalho, como fases sensíveis “são determinados períodos do processo de desenvolvimento do ser humano nos quais este, submetido a determinados estímulos, reage adaptando-se com muito mais intensidade do que em qualquer outro período”.
Portanto, as particularidades biológicas de cada faixa etária e as diferenças individuais devem servir de base para que a distribuição das cargas de treinamento não ultrapassem o limite de adaptação fisiológica dos jovens. Além disso, quanto mais prematuramente iniciam-se os treinamentos específicos (preparação física específica da modalidade), menos oportunidade o jovem terá em termos de experiências motoras (em outras modalidades desportivas), acarretando em pouca quantidade e baixa qualidade de movimentos. (FILIN e VOLKOV, 1998)
Minha intenção nesta conversa é tartar a respeito da especialização precoce, pois ao meu ver pode acontecer não somente nos treinamentos competitivos mas também durante as aulas de natação ou educação física escolar, por um fator simples; desconhecimento. Sim desconhecimento do que se deve ou não estimular em cada fase do desenvolvimento, ou seja, planejar aula de acordo com as habilidades a serem desenvolvidas em cada faixa etária. Este pode ser o caso de muitos treinadores ao especiliazar seus alunos visando bons resultados nas categorias menores (infantil e juvenil), por outro limita a carreira esportiva do mesmo, já que as cargas específicas aplicadas antes do momento oportuno geram estresse físico e emocional acentuado, afastando os jovens atletas dos treinamentos e competições (FILIN e VOLKOV, 1998).
Em nossa proxima conversa iniciaremos nossa conversa a respeito do que trabalhar em cada faixa etária para tal adotaremos o modelo proposto por Filin.

Fabiano Terra Feliciano

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